terça-feira, 5 de novembro de 2019

Tarde com sol


As coisas simples dizem-se depressa; tão depressa
que nem conseguimos que as ouçam. As coisas
simples murmuram-se; um murmúrio
tão baixo que não chega aos ouvidos de ninguém.

As coisas simples escorrem pela prateleira
da loja; tão ao de leve que ninguém
as compra. As coisas simples flutuam com
o vento; tão alto, que não se vêm.

São assim as coisas simples: tão simples
como o sol que bate nos teus olhos, para
que os feches, e as coisas simples passem
como sombra sobre as tuas pálpebras.

Autor: Nuno Júdice
Imagem : Richard Blunt

1 comentário:

Larissa Santos disse...

Lindo :))

Do nosso Poeta - Gil António:- Flor Esquecida

Bjos
Votos de uma óptima noite.