quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

O nome da ausência

 

O sotão: era ali
que o mundo começava. Ainda
não sabias, então,
quantas letras te seriam
necessárias para soletrar
o alfabeto dos dias, para encher
a tua caixa
de música, a tua concha
de areia. E ainda
o não sabes hoje. Com cinza
nada se escreve a não ser
as vogais do silêncio. E este
é o nome que se dá à ausência,
quando a noite e a poeira
dos astros pousam
sobre a ranhura dos olhos.

Autor : Albano Martins
Imagem : Annegien Schilling

4 comentários:

Paula Saraiva disse...

Poema lindíssimo e muito sentido. Gosto muito. Parabéns Beijinhos

Cidália Ferreira disse...

Excelente poema! Adorei :))
-
No meu pensamento faz frio ...

Votos de um dia feliz. Beijo.

" R y k @ r d o " disse...

Foto e poema deslumbrante que muito gostei de ver e ler.
.
Saudações cordiais
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.

brancas nuvens negras disse...

A ausência de alguém é uma presença constante.
Um abraço.