terça-feira, 19 de outubro de 2021

Uma leitura pública num café de Punta Umbría


Quando leio um poema em voz alta
sinto que as pessoas me olham
como se esperassem uma revelação.
Como se estivessem à espera dos milagres.
E hoje, finalmente, quase cedo à
tentação de explicar os mecanismos
dos milagres. Por exemplo:
eu posso fazer gelo escrevendo apenas
a palavra «gelo». E isso mesmo
faria neste momento
se não temesse que os mais distraídos
usassem o gelos nos copos
altos do gin tónico.

Autor : José Carlos Barros

3 comentários:

brancas nuvens negras disse...

Um poema interessante que termina com um gracejo com significado.
Um abraço.

" R y k @ r d o " disse...

Lindíssimo de ler.
Cumprimentos poéticos

Cidália Ferreira disse...

Um poema magistral! Amei
-
Beijos e uma excelente noite!