quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Que sabes tu

Que sabes tu do cântico do leito dos rios
e das águas frescas na vertigem do calor ?
As margens são as varandas, onde no verão
poisam as libelinhas nos beirais dos choupos
em flor.
Vem, não te percas nos caminhos
colhendo o canto das cotovias
que correm de ramo em ramo,
louvando a luz do dia.
E quando chegares ao açude
compara a desdita dos desventurados
com o sussurro das cachoeiras,
rumorejando a alegria das
nascentes distantes,
que mesmo hoje no flagelo da guerra
correm frescas e cantantes como antes.

Autor : Manuela Barroso, in "Luminescências"

3 comentários:

- R y k @ r d o - disse...

Poema deslumbrante sem dúvida alguma. Puro fascínio poético.
.
Cordiais saudações
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.

brancas nuvens negras disse...

Um poema campestre de grande beleza que encerra uma mensagem.
Um abraço.

Cidália Ferreira disse...

Parabéns. Amei este poema fascinate. Obrigada:))
*
Enquanto eu sentir esta força de viver
*
Beijos e uma boa noite!