sexta-feira, 8 de maio de 2020

Serenata â Chuva


Chuva, manhã cinza, guarda-chuva.

Entrar no contexto, dois pontos. Ele e ela
abraçados caminham sob o tecto
do guarda-chuva que os guarda.
Pelas ruas vão com a vontade de voltar
ao branco dos lençóis. Esse objecto prosaico
que às vezes se vira com o vento
torna-se objecto de poema. Dizer também
como a chuva é doce neste dia de verão.
Como o amor altera o sentido da chuva,
sim, como ela se eleva no ar e as frases se colam
ao vestido. No interior da pele o poema mudou
desde que entraste no guarda-chuva esquecido
a um canto do armário. Talvez o amor seja tudo amar
sem excepção. Eu que nunca uso guarda-chuva
assino incondicionalmente este poema.

Autor : Rosa Alice Branco
 in 'Soletrar o Dia'

2 comentários:

" R y k @ r d o " disse...

Ola:- A chuva como fonte de inspiração. Sedutor de ler
.
Bom fim de semana
Cuide-se

A Sombra das Núvens disse...

Gosto. Obrigado.