sexta-feira, 19 de abril de 2024

Ser e não ser

Entre mim e os livros na estante,
no espaço ocupado pela luz,
dão-se transformações
a que assisto quieta e calada.

Depois de olhar o ar,
cada palavra reflecte
o lugar invisível de onde veio o poema
ou o silêncio que passou pela casa.

A alma não escolhe a estação
nem prevê o detalhe do infinito.

Reparo com espanto infante
nos vestígios deste ritual,
os livros que não li
sabem de mim
e não dormem nunca.

Autor Marta Chaves
In Avalanche

2 comentários:

brancas nuvens negras disse...

Quando tomamos posse dos livros eles são vigilantes sobre o nosso saber.

Cidália Ferreira disse...

Gostei bastante do poema!!
.
Tempo demasiado apressado...
Beijos e um excelente fim de semana.