A minha sombra sou eu,
ela não me segue,
eu estou na minha sombra
e não vou em mim.
Sombra de mim que recebo luz,
sombra atrelada ao que eu nasci,
distância imutável de minha sombra a mim,
toco-me e não me atinjo,
só sei dó que seria
se de minha sombra chegasse a mim.
Passa-se tudo em seguir-me
e finjo que sou eu que sigo,
finjo que sou eu que vou
e que não me persigo.
Faço por confundir a minha sombra comigo:
estou sempre às portas da vida,
sempre lá, sempre às portas de mim!
Autor : José de Almada Negreiros
Imagem : Jaroslaw Blaminsky
4 comentários:
Foto e poema deslumbrantes.
Cumprimentos
Um grande e curioso poema.
Adorei o poema. A imagem é maravilhosa!
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Nas dobras do dia...
Votos de um excelente dia.
Beijos
Adorei o poema. Sublime.
Beijinhos. Boa noite
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