ao Bernardo Sassetti
Há um fotógrafo triste que bóia no oceano. Nas mãos
já não tem a máquina que deixou cair pelo caminho,
e nos olhos falta-lhe essa força que lhe permitia fixar
o objectivo, definir o quadro, inventar o ângulo
certo para atingir o alvo. Agora, flutua como o barco
que perdeu a âncora, ou como folha que se cansou
de ir com o vento, e se deitou a descansar num
leito de água. Alguém que o tivesse visto teria
querido chamar por ele, puxá-lo para a margem,
e convencê-lo a olhar para a paisagem, sem outro
objectivo do que o simples olhar para a paisagem;
mas ele não ouve ninguém, e deixa-se ir até onde
a corrente o levar, no mar que se tornou o seu berço.
Autor : Nuno Júdice
Imagem : Jessamine Barnieh
Intenso e profundo, Lindo poema e foto
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Um dia feliz ... abraço.
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Belíssimo poema!!
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Carrossel de emoções ...
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Beijo. Boa noite