Desço pela margem da memória
e entro pelo cais do rio
onde havia o ouro das manhãs
e o sorriso lavado do vento
lento na mansidão matinal.
Havia o dorso molhado da água apetecível
e um ensejo de lume
sem saber que ardia
Desço sem pressa por onde andei
na idade antes desta idade
como viajante clandestino
sem rumo
no ventre azul da mocidade.
Era tudo bom e grande na promessa
o sol despontava como um dardo perdurável
e sem pressa desço por mim mesma
como duna estendida num lençol do areal
ou uma serpente.
Autor : Maria Isabel Fidalgo
Imagem :michelle ellis
Imagem e poema em perfeita harmonia poética.
ResponderEliminar.
Um dia feliz ... abraço.
A memória é uma grande fonte de inspiração.
ResponderEliminarUm abraço.