Poderei ainda, amor, cantar
o exercício da insuportável ternura
sem que a vida sucumba
às cicatrizes do passado?
Por mais que digamos,
as nossas bocas morrendo uma na outra,
entre espasmos,
ainda a rosa é pálida
e os nossos dedos não passarão de mendigos
que se tocam na espuma dos dias.
Por mais que digamos,
as palavras jamais saberão o caminho
que lhes é devido,
o caminho das flores do silêncio
esse o único que salva o amor,
cravando-o na boca de Deus.
É noite, ainda, meu amor,
e a lua vem beijar-te os ombros
o teu corpo procura o lugar do meu,
como se nenhum outro coubesse dentro dele
antigo como a noite.
E os dedos serão ainda em torno da luz,
buscando a chama, o fruto,
a ferida que as tuas palavras
rasgaram no meu corpo
em volta dessa insuportável ternura.
Autor : Maria João Cantinho
Imagem : Mariesol Fumy
Foto e poema de uma ternura fascinante, deliciosos. Amei ver e ler.
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Bom fim de semana … abraço
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Conjugação perfeita! Poema e imagem :)
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Nem todas as palavras são de amor
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Beijos, e um excelente fim de semana.
Um poema fabuloso! :)
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Nem todas as palavras são de amor
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Beijos, e um excelente fim de semana.