Nas altas varandas da tarde os flamingos
eram os dias.
Mulheres de cinza estendiam roupas
em frágeis fios de espuma.
Na orla magma dos templos,
onde se ajoelhavam os mitos,
cantaste o jorrar do vinho,
o entornar de taças sobre os linhos da noite,
acesas estava as lamparinas, os hóspedes
nos degraus de júbilo.
Levantavas das vozes colunas de buganvílias,
ressoar de asa perdendo-se na distância,
tecedeiras olhando o paciente trabalho do verão
nos vasos das janelas
onde os gatos dormiam até ao fim
de setembro.
Chegaste nos cânticos dos trovadores,
no ranger das portas velhas das casas junto ao mar,
nesse homem que ninguém nota, sentado
em ervas de areia, nas pegadas brancas
do vento
e nos secretos presídios
da memória.
Autor : Eduardo Bettencourt Pinto
Um bom poema. Um autor que não conheço, fico com curiosidade.
ResponderEliminarbrancas nuvens negras eu gosto muito do que tenho lido dele já faz algum tempo.
ResponderEliminaraqui vai algo para sua pesquisa:
EDUARDO BETTENCOURT PINTO, escritor, VANCOUVER, CANADÁ, representa a comunidade açoriana na diáspora. Eduardo Bettencourt Pinto. Nasceu em Gabela, Kwanza Sul, Angola, em 1954. Tem ascendência açoriana pelo lado materno.
obrigada pela presença.
Eu é que agradeço.
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