quinta-feira, 6 de abril de 2023

Piquenique

Sobre o meu ventre:
a branca flor das tuas mãos.

(A luz escorre pelos flancos
da tarde gritando oiro.)

O corpo inunda-se
de cada vogar lento
desse outro que é fruto
sem à terra o pedir.

(Tão clara a maciez dos seios,
tão iminente o íntimo perfume.)

Prova destes espelhos o mel
da gloriosa morte dos poentes,
e desta porta ao estio aberta
saboreia a frescura imensa
da palavra rarefeita.

Nenhum outro trevo saciará
o lume das rosas quietas.

Autor : Pedro Belo Clara 

2 comentários:

Agradeço muito o feedback .
Mas, não comente se não leu, e por favor não deixe copy-paste.
Saudações Poéticas e que a Poesia viva sempre entre nós.
Muito obrigada!