Não espero pouco da vida,
se dela não espero nada.
Por isso tudo o que tenho
me sabe a coisa emprestada.
O medo que à vida a vida
nós dá de tanto a vivermos,
faz que a morte tenha medo
do medo de de não morrermos.
O tempo é medo que passa,
o medo é tempo que fica,
a esperança que não espera
e pobre de um, e mais rica.
Não espero pouco nem muito,
não quero muito nem pouco,
quero só a liberdade
de ter juízo e estar louco.
Não se é muito ou se é pouco
o que a vida me tem dado;
é sempre mais do que eu quero,
para não par'cer tirado.
Não espero pouco da vida
pois dela não espero nada.
por isso tanto desejo,
sem que a tenha contentada.
Tudo o que a vida me dá
tenho medo de perder:
e, mesmo quando não perco,
é como ter e não ter.
Autor : Jorge de Sena
Imagem : Brad Romano
Foto e poema deslumbrantes de ver e ler. O meu elogio
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Cumprimentos poéticos
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Uau! Parabéns pelo excelente poema que partilha connosco. Amei!
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O silêncio da água a cair... Reedição.
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Beijo
Boa tarde.