ritmo acelerado e com os tímpanos a libertarem leitescondensados e açucarados, antes que chegue o sol, porque o sol
No dia seguinte, são as espumas encarquilhadas, a passar debaixodos pés, sobre os mosaicos dos pátios com desenhos de rotação etranslação, que convergem para a extremidade da belezainvoluntária, mais o perfume do sabão, aberto, no pântano dasestátuas de arame.
Por isso, não me parece que esta mulher seja realmente mulher,mas antes asa peneireira das torres e, só, durante um instanteantes da morte (o tempo que dura a maquilhagem).Anseia que passe o inverno, por causa da inquietação que é secar aroupa no varal. E vai correndo sempre, enganada pelo horóscopo,
quase em estanho, nunca mulher.É o saiote, o toque do adufe, a menstruação, o pelourinho, a
grinalda, o fermento.
Sem orgasmos, sem lágrimas, sem pérolas, sem nunca ser quase
estátua.
É uma silhueta atrás do avental, que se assume ao sonho daevasão.
Extenua num idílio que é insustentável.
A pastora do imenso.
Morre todos os dias, na escuridão do jardim.
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Imagem : Mikeila Borgia
Poema lírico recheado de metáforas que muito gostei de ler
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Cumprimentos cordiais.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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