terça-feira, 26 de janeiro de 2021


ouço o teu nome ao telefone, e
ninguém responde.
esqueço

a razão desta hora, deste ouvido
imóvel
na brancura de vidro,

que boca foi
a voz
igual à tua voz, e quase

como crescia a terra, a
inabitável,
como movia a água,

como ardia no chão de pedra nua,
como nas fontes brancas se perdia.

António Franco Alexandre,
In "Poemas", Assírio& Alvim, 1996, p 187.
Imagem:Rache lBaram

2 comentários:

  1. Lindíssimo poema aqui nos trazes! Onde o amor, a paixão, a ternura e desejo...emergem em cada palavra.
    Adorei!
    Votos de ótima semana!
    Beijinhos!

    ResponderEliminar

Agradeço muito o feedback .
Mas, não comente se não leu, e por favor não deixe copy-paste.
Saudações Poéticas e que a Poesia viva sempre entre nós.
Muito obrigada!