tarde, de noite, demais,
rodeado de livros e de rugas
escritas uma a uma sangue a sangue.
talvez eu chore, talvez tu.
seja qual for, terá valido a pena
de pato, ainda plantada
na asa ou já gasta de escrever.
virei nu.
hei-de atirar-ta
à cara essa nudez
que trago sempre no fundo
e me tem saído
caro.
caro com um beijo.
à cara como um beijo
depois.
Autor Manuel Cintra
in Bicho de Sede, Lisboa, Ulmeiro, col. Imagem do Corpo nº 31, 1986: 9, 28, 33 e 34.
ResponderEliminarPoeticamente sedutor de ler.
.
Abraço
Belo poema.
ResponderEliminar