Os sapatos vermelhos
rasos e sem hesitação,
a mesma presilha do dia
do casamento,
as solas lisas depois de tudo.
Esse calçado e não
um par de sapatilhas forrado a cetim,
provavelmente os pés
arranjados lá dentro,
em pontas,
as fitas que deviam subir pela perna
a desfiarem-se já antes do laço seguro.
Os sapatos vermelhos
permeáveis a todos os passos
escolhidos às cegas.
Vermelhos, hoje mais,
são do jardim e das pedras
da calçada. Servem-me
ainda no primeiro dia de aulas.
Autor : Margarida Ferra
Imagem : Katerina Plotrikova
Boa tarde:- Foto e poemas, deslumbrantes.
ResponderEliminar.
Abraço poético
... e começar nos pés como primeira aula é um bom começo!
ResponderEliminarpois que se abre espaço para a demorada progressão!
beijo
Um par de sapatos como elento da memória. Bonito.
ResponderEliminarBoa noite