sábado, 8 de fevereiro de 2025

Copo de Água


Que maravilha um copo de água!
Que transparência saborosa
Penetra a luz nos nossos lábios
Como nos olhos uma rosa.

Ó material, imaterial
Incandescência, ponte clara!
Brasão da terra, misterioso,
Da terra boa, terra amara.

Ó doçura que nos inunda
Como um clarão vindo de tudo,
Ó água que vais abrigando
Neste copo teu riso mudo!

Mudo? Não sei. Talvez caudal
Já tenhas sido, eco celeste,
Céu que te abres ao corpo súplice,
Seda que a sede humana veste!

Autor : Alberto de Lacerda
in Antologia da Poesia Portuguesa Contemporânea, Um Panorama
Organização de Alberto da Costa e Silva e Alexei Bueno, Lacerda Editores
Imagem : Jason de Graaf

1 comentário:

  1. Esse é o talento de saber olhar e de nas coisas simples encontrar beleza. Depois é o poema.

    ResponderEliminar

Agradeço muito o feedback .
Mas, não comente se não leu, e por favor não deixe copy-paste.
Saudações Poéticas e que a Poesia viva sempre entre nós.
Muito obrigada!