Há muito que parti.
Abandonei as searas onde nunca vi os
desígnios de deus.
Abandonei a fé.
Caminhei sem destino,
procurei a árvores secreta dos irmãos,
e, com saudade e desvario, abandonei as casas.
Escondi-me.
Escondi o último verso numa noite sem fim.
E hoje escrevo para ti que às vezes me escreves,
do outro lado das terras.
Conhecerei um dia as falésias onde o garajau
paira,
quando chegar, pelas madrugada,
às portas do teu sonho?
De pé, sobre o promontório,
olhas para longe, para os meus barcos que
naufragaram.
Autor : José Agostinho Baptista
quatro luas
Imagem : Jerome Berbigier
Intenso, profundo, poderoso. Mesmo pelo amor, nunca se deve abandonar os nossos ideais e a nossa fé,
ResponderEliminarGostei da mensagem do poema
,
Saudações cordiais e poéticas
.