espera-se por tudo quando a falésia
nos chama por dentro do nevoeiro
cobrindo a ilha
nesse momento pensamos se todo o mundo
será assim vestido de bruma e limpamos
os olhos com as nuvens do horizonte
na verdade sabemos que não e o mar
é como uma estrada indicando um caminho
e o coração uma bússola para orientar a viagem
e ao chamado ecoando pelas serras verdes
e se detendo nas pedras cinzentas dos cumes
não sabemos que dizer como responder
algures apontamos um pedaço de terra
e um dia numa carta à mãe lá confessamos
estou aqui tão distante do lugar
onde num dia como nunca vi outro igual
decidi que hei-de morrer
hoje por lá mora um silêncio
sabendo a demora à saudade caiada de chuva
onde já deviam estar as paredes de cal branca
de uma casa
espere por mim
Autor : José António Gonçalves
Imagem : Adrian Borda
Uma confissão, um poema corajoso.
ResponderEliminarUm abraço.
Um poema muito bonito. Obrigada pela partilha :))
ResponderEliminar.
Coisas de uma Vida...
Beijos. Bom fim de semana