Agora, que o gelo se derreteu nos
ramos preguiçosos dos teixos e as
águas sossegaram no caudal dos
rios; que o frio deixou de apunhalar
o coração dos campos, e as aranhas
voltaram a emergir das feridas dos
muros _ escrevo para preservar a
alegria, que é o que me mantém acesa
a luz do amor. Por isso, quando te
pergunto se achas que, com os anos
e o mundo, me tornei cínica, por favor,
não encolhas os ombros: as minhas
gargalhadas ainda não têm sangue.
Autor : Maria do Rosário Pedreira
In :O meu corpo humano pág. 85.
Imagem : Omar Ortiz
Um poema/confissão, a autora sugere ao seu interlocutor "com os anos
ResponderEliminare o mundo, me tornei cínica".
Imagem linda. Poema intenso, poderoso, fascinante de ler.
ResponderEliminar.
Saudações poéticas e amigas.
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Poema: “ Amor e Saudade “
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