Morreu quem eu amava:
viver sem ele, como dói.
Um dia ele mandou fazer um par de alianças
de pesada prata, parecendo antigas;
gravou apenas nossos nomes, sem data e disse:
“Somos um só desde sempre.”
Ainda não acreditei em sua morte,
e talvez isso ainda me salve.
Levantar-me da cama cada dia é um ato heroico,
atender o telefone, tomar café.
Mas faço tudo isso: falo, ando, recebo visitas.
Compro móveis para a casa onde moro sem ele,
imaginando: será que ele vai gostar?
De algum secreto lugar me vem a força
para até sorrir se alguém me diz:
“Você hoje está com a cara ótima”.
Eu de castigo,
eu no escuro,
eu no nada.
Autor : Lya Luft
Um poema ao amor indestrutível que une dois seres como se fosse apenas um, dada a coincidência no sentir. Hoje em dia é uma raridade.
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