As coisas que não conseguem morrer
Só por isso são chamadas eternas.
As estrelas, dolorosas lanternas
Que não sabem o que é deixar de ser.
Ó força incognoscível que governas
O meu querer, como o meu não-querer.
Quisera estar entre as simples luzernas
Que morrem no primeiro entardecer.
Ser deus — e não as coisas mais ditosas
Quanto mais breves, como são as rosas
É não sonhar, é nada mais obter.
Ó alegria dourada de o não ser
Entre as coisas que são, e as nebulosas,
Que não conseguiu dormir nem morrer.
Autor : Cassiano Ricardo Leite
(n. em São José dos Campos (SP) a 26 de Jul de 1895; m. em 14 de Jan 1974 no Rio de Janeiro)
Imagem Korine Bisig
Todos temos os nossos desejos, alguns poéticamente ocultos.
ResponderEliminarUm abraço.