o dia corre de poente para nascente, a chuva
é um lençol tenso sobre os velhos que separam
as lembranças, com palavras que não chegam
a dizer: esquecem os subterfúgios do tempo
e avançam cambaleantes pelas grandes fissuras
entregues ao despovoamento alucinante
no interior dos carros, os crimes
são ligeiras confidências
Autor : Rui Nunes,
in Ofício de Vésperas
Imagem :Silena Lambertini
Um poema, um poema, um poema... quase hermético.
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