Não há forma de abrir o peito e reparar o coração.
Podes rasgar a carne, limpar e repor as artérias certas
no seu lugar, consertar o rasgo, suturar a pele. Mas o
peito ficou por abrir e não há bisturi que o perfure.
Podes rasgar a carne, limpar e repor as artérias certas
no seu lugar, consertar o rasgo, suturar a pele. Mas o
peito ficou por abrir e não há bisturi que o perfure.
O corpo é um lugar que podes adormecer para
dissecar. Mas o peito não. O peito é uma pedra dura
que nada mais recebe em si que os resíduos de vida
que se lhe assimilam por aglutinação natural da dor.
E não há diafragma que to separe do resto de ti.
Autor : Virgínia do Carmo
in Relevos(Poética Edições, 2014)
Imagem : Korinne Bisig
O título é a palavra que melhor define o poema.
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