não atravesses a rua
(ou a vida tanto faz)
com palavras ameaçadas de medo
leva em vez delas
um límpido silêncio onde
possas nascer para o dia claro
que se anuncia
nas janelas do quarto
não regresses à rua
(ou à vida tanto faz)
com gestos grisalhos de medo
leva em vez deles
um derradeiro aceno se
for caso disso
entre as dobras do sono
de quem ao. longe está
a ser feliz doutra maneira
e se no teu olhar houver um rio
a apressar a partida
não hesites
mas por favor
não atravesses a rua
(ou a vida tanto faz)
com madrugadas contagiadas de medo
*
Autor : Alice Vieira
Imagem : Leszek Paradowski
Um poema que é um conselho... talvez sábio.
ResponderEliminarFoto e poema deslumbrantes de ver e ler. Publicação lindissima.
ResponderEliminarCumprimentos poéticos
Poema sublime! AMEI 🍀
ResponderEliminar-
É assim, que esta vida tem jeito.
Beijos, boa tarde!