sexta-feira, 8 de julho de 2022

Morder a Língua


 A ponta do cigarro apaga-se
como o ruído dum insecto
a agonizar na água. A
noite arrefeceu apesar de ser Julho
porque o Verão a norte nunca
se despede da bruma. É tarde
e procuro um verso
que morda a própria língua.

Autor : Inês Lourenço
In O jogo das comparações, Companhia das Ilhas, Lajes do Pico, 2016.
imagem Aykut Aydogdu

1 comentário:

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Saudações Poéticas e que a Poesia viva sempre entre nós.
Muito obrigada!