Nunca encontrámos
o lugar onde o amor se forma.
Tentámos, aceitando os desencontros,
dançámos em torno,
arrepiámos uma breve carícia,
separámos-nos
sem descobrir o que haveria a
descobrir,
o que haveria a atravessar:
uma montanha, um túnel,
ou mina ou arco
de uma ponte.
Agora contemplo uma cama
vazia
flutuando numa barragem
longe do lugar
que poderíamos ser.
Muitas coisas se partilharam,
as palavras não eram pedras,
o vento alguma vez
nos juntou os cabelos.
Nunca encontrámos
o lugar onde o amor se arma.
Foram pedaços de muita coisa:
quando os queria colar
sempre algum era arrastado pela
chuva,
sempre algum se perdia em lençóis de
sombra.
A imagem de cada um de nós
nunca foi suficiente
para criar no outro o relâmpago,
o pássaro ígneo, delirante.
Nunca encontrámos
o percurso das águas,
o lugar onde o amor se firma.
Autor : Egito Gonçalves
É sublime quando o amor se descobre, começa. Tão triste quando termina. Bela imagem e lindo poema
ResponderEliminar.
Saudações cordiais
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.
Um poeta esquecido, merecia a edição da sua obra completa.
ResponderEliminarBoa escolha.
Um abraço.
A Imagem completa o brilhante poema! Obrigada
ResponderEliminar.
Beijo. Boa noite
Adorei o poema. Sublime
ResponderEliminarBoa noite. Beijinhos