Quisera dizer coisas
que ninguém tivesse dito antes de mim.
Deixar uma pegada sobre a areia intacta,
não sobre outras pegadas que já houvesse lá.
Mas cheguei tarde; os que me precederam
no exercício desta dura arte de gritar
amavam a minúcia, a completude,
nunca deixavam uma tarefa a meio.
Disseram tudo. Deixaram só migalhas susceptíveis
de glosas rasteiras, para eu me entreter
como uma criança pobre brinca com destroços
de brinquedos recuperados do lixo.
E eu digo essas migalhas como quem
escreve a terra em laudas rasuradas.
E escrevê-las-ei mesmo quando
não tenha língua já para as dizer.
(Os poetas entendem estes mansos
trocadilhos. Os outros, não importa.)
Autor : A.M. Pires Cabral
(in Gaveta do Fundo, Tinta da China, 2013)
Quando era jovem, com um grupo ( 4 comigo 5) de amigos, íamos à praia e nunca a mais de 20 metros da água, passávamos horas a caminhar mas não podíamos colocar os pés em areia com marcas de outros pés. Era divertidíssimo. Essa brincadeira durou uns 3 anos. Acabou porque o Francisco, rapaz de 19 anos, mudou-se com os pais para Inglaterra. Hoje é médico.
ResponderEliminarAmei a imagem e o poema
.
Feliz fim-de-semana … saudações cordiais
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Poema lindíssimo que tanto me encantou ler.
ResponderEliminarBeijinhos e um excelente fim de semana
lindo, maravilhoso .))
ResponderEliminar--
Coisas de uma vida
Votos de um excelente fim de semana.
Beijos
Quis... e escreveu.
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