domingo, 18 de outubro de 2020

Portas



A porta sempre esteve escancarada,
por vezes fazia frio,
outras vezes um calor insuportável,
suportei ventos,
canículas,
pânicos,
sentires,
e no entanto,
tu nunca franqueaste sequer a ombreira.

Tanto tempo passou, desde então.
Hoje só meu coração te espera.
A porta já não existe,
o tempo já há muito que a danificou

Autor : BeatriceM 2013-10-06
Imagem: Sina Domke

4 comentários:

  1. Gosto deste sentimento: um encolher de ombros para um drama que deixou de o ser porque o tempo passou.
    :)

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  2. Um belo poema de ternura e de quem espera por alguém sem condições impostas para essa vinda. Muito bom.

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  3. deu-me inspiração e, em cima da leitura deste belo poema, aí vai:

    coração, que da minha mão
    não tem forma nem razão
    de continuar a esperar
    por quem a porta não quis franquear.

    despe-te coração
    que há quem te veja
    vestido desta tristeza.

    e se não tiveres batimento
    e’ porque meu mal e’ sofrimento.

    um beijo, amiga B

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