quarta-feira, 4 de março de 2020

Conclusão


Fui amante da morte 
e da beleza. Vi a loucura,
acreditei na vida.
Da infância falei
como lugar de abismo.
O prazer
foi também a grande fonte
de perturbação e alegria.
Lembrei as mulheres
que recusaram submeter-se,
escrevi palavras fúnebres. 

Não poupei a adolescência,
o coração magoado
e não soube que fazer
de mim fora das palavras.
Escrevi para desistir
e depender
e ter identidade.

Autor: Isabel de Sá
in 'Erosão de Sentimentos
Imagem:Ruslan Bolgov

1 comentário:

  1. Bom dia

    É caso para dizer " .. Já fui tudo e não fui nada ..."

    Gostei muito de ler

    Um dia feliz

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