Digam-me, sem pudor, o que há que constar
Para não ser visto como quem por aí anda
Sem saber qual a razão para tal demanda,
Em que vivo como que prestes a expirar.
Elucidem-me quanto ao que posso engendrar
Para que a vida não semelhe miseranda,
Nem tod’esta triste existência execranda,
Nada mais havendo para d’ambas me lastimar.
Esclareçam-me acerca do que tenho sido,
Do que julgo ser sem que saiba quem sou,
Sem que perceba que há muito ando perdido,
Quando sempre soube por onde caminho e vou,
Pois o que faço não pode ser nisto resumido
P’los que me tomam como quem por algo se
matou…
Autor: Luís
Corredoura dixit
Imagem: Katharina Jung
Imagem: Katharina Jung
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