sábado, 7 de setembro de 2019

(XVIII Poema de «O Alar das Redes»)


O cemitério é ali.
Casa de gente pobre;
Serenidade e sono calmo.

Apenas lá do alto sobre
Ele, uma nuvem a aguardá-lo.
Uma nuvem calma,
Sem ânsias, sem histerismos...

Ali na total ausência d'alma,
Serenamente, eu sinto
Que não há abismos.

Quem os traz é ela
A animar os impossíveis
Devaneios d'uma estrela.

Autor: António de Navarro (1902-1980)

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