quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

A voz solitária do homem





Há palavras que escrevemos mais depressa
o terror dessas palavras derruba
o passado dos homens
são tão pouco: vestígios, índices, poeira
mas nada lhes é desconhecido
as horas em que vigiamos o escuro
os sítios nenhuns das imagens
a ligeira mudança que resgataria
o abandono, todo o abandono

Autor : José Tolentino Mendonça,
In Baldios, Assírio eAlvim, 1999





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