quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Corpo Ausente

Natália Drepina
Mistério, esse, o da vida...
Aquele que morre nos ponteiros do tempo
Das almas guardadas num oceano sem fundo
Porque os corpos já não comandam
Os dias que passam, inúteis...

Guardei no bolso o sonho
Porque nos olhos já não cabia!
Era grande demais, e os olhos são pequenos...
O bolso, é fundo e escuro
Acomoda a eternidade do que é utópico.

Tomo café, ainda assim, todas as manhãs
Com os raios de sol que cabem nas palmas das minhas mãos
E vêm plantar esperança na seiva que corre em mim.

E na sombra da minha silhueta
Planto o silêncio que o vento afaga
Trémulas, as minhas mãos? Não!
Fazem parte do meu corpo ausente
Que adormeceu, há muito, nos braços da terra.

Autor : Cecília Vilas Boas
in O Eco do Silêncio(Esfera do Caos 2012)

2 comentários:

  1. Cecília, eis um poema contundente!
    Um abraço daqui do sul do Brasil. Tenhas uma boa tarde.

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  2. solidão...
    essa sensação que tudo foi em vão
    e que a vida, já cansada da estrada,
    fere a existência...e abre o vazio.

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Agradeço muito o feedback .
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Saudações Poéticas e que a Poesia viva sempre entre nós.
Muito obrigada!