Como é que eu,
ouvindo tão mal, distingo
o teu andar desde o princípio do corredor?
Como é que eu,
vendo tão pouco, sei
que és tu chegas, conforme a luz?
Como é que eu,
de mãos tão ásperas, desenho
a tua cara mesmo tão longe dela?
Onde está
tudo o que sei de ti
sem nunca ter aprendido nada?
Serei ainda capaz
de descobrir a palavra
que larga o teu rasto na janela?
(Que seria de nós
se nos roubassem os pontos de interrogação?)
Autor: Mário Castrim
Teremos sempre pontos de interrogação. As incertezas assim o exigem. Lindo poema que adorei. Beijos com carinho
ResponderEliminarnão o sabia poeta, além de cáustico crítico televisivo no extinto Diário de Lisboa.
ResponderEliminare que poema...