domingo, 19 de maio de 2013

Da Nossa Morte




                                           Agora é tarde. 
Ninguém responde às cartas que escrevi e 
atirei ao mar,
quando pensei que um dia serias como esse 
marinheiro que num sonho antigo abençoava 
o filho e depois partia nas asas do albatroz. 
Agora é tarde. 
Ninguém responde à sombria música dos meus 
punhos golpeando a cadeira vazia, a mesa, as 
folhas em branco onde uma única palavra se 
aproxima, 
manejando as suas armas - 
três letras, três sinais de fogo. 
Agora é tarde. 
Ninguém cala os tempestuosos rios no fundo 
dos meus olhos, 
quando penso nos vermes, nas viscosidades 
que te procuram através do cetim. 



Autor : José Agostinho Baptista
Foto :Anues

2 comentários:

Agradeço muito o feedback .
Mas, não comente se não leu, e por favor não deixe copy-paste.
Saudações Poéticas e que a Poesia viva sempre entre nós.
Muito obrigada!