sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O Medo




(Sabugal, 18 de Novembro de 1943 –Porto, 19 de Outubro de 2012) 



Ninguém me roubará algumas coisas,
nem acerca de elas saberei transigir;
um pequeno morto morre eternamente
em qualquer sítio de tudo isto.

É a sua morte que eu vivo eternamente
quem quer que eu seja e ele seja.
As minhas palavras voltam eternamente a essa morte
como, imóvel, ao coração de um fruto.

Serei capaz
de não ter medo de nada,
nem de algumas palavras juntas?

Manuel António Pina, in "Nenhum Sítio"

3 comentários:

  1. era bom que não tivéssemos medos mais fácil era arriscar e viver a vida
    bjs

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  2. ...somos capazes de nao ter medo!
    e seremos capazes de viver!

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  3. Todos temos medos e quem diz o contrário é porque mente.

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