quinta-feira, 27 de março de 2008

diz-me o teu nome


Diz-me o teu nome - agora, que perdi
quase tudo, um nome pode ser o princípio
de alguma coisa.
.
Escreve-o na minha mão
com os teus dedos - como as poeiras se
escrevem, irrequietas, nos caminhos e os
lobos mancham o lençol da neve com os
sinais da sua fome. Sopra-mo no ouvido,
.
como a levares as palavras de um livro para
dentro de outro - assim conquista o vento
o tímpano das grutas e entra o bafo do verão
na casa fria. E, antes de partires, pousa-o
.
nos meus lábios devagar: é um poema
açucarado que se derrete na boca e arde
como a primeira menta da infância.
.
Ninguém esquece um corpo que teve
nos braços um segundo - um nome sim.
.


Autor:Maria do Rosário Pedreira
Foto:Sónia Fernandes Fragoso

1 comentário:

  1. Tanta verdade em tua sublime poesia...


    Esta é a alma que voa de um Profeta
    Ao encontro do teu sentimento
    Este é o sal de alva espuma
    Que te ofereço e diadema de espanto…

    Olhos de alma, da tua alma
    Quero-os no cais da minha chegada
    Espero por ti em manto de ternura
    No encontro da minha caminhada


    Bom fim de semana

    Mágico beijo

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Saudações Poéticas e que a Poesia viva sempre entre nós.
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