Um dia hás-de nascer fora de ti
num sobressalto novo deste céu
onde se afoga a luz da madrugada
já sem nenhuma estrela que te aceite
a translúcida febre das palavras.
Um dia hás-de romper os cegos nós
do monstro a que chamavas coração,
o antigo labirinto que te ilude
a inocente máquina do corpo
na escuridão dos passos desastrados
em busca de um azul que te conheça.
Um dia hás-de falar sem dizer nada
que o mundo compreenda e será teu
esse primeiro azul da madrugada.
Aqui estão as minhas escolhas do que considero melhor em Poesia,Prosa Poética e Fotografia. Domingo é dia de trabalhos de minha autoria.
quinta-feira, 6 de março de 2025
Azul
Autor : Fernando Pinto do Amaral
Saudade: Revista de poesia, n.º 11, Associação Amarante Cultural, Amarante, 2009.
Imagem : Sarah Ann Loreth
Um maravilhoso poema de grande qualidade literária.
ResponderEliminarUm abraço.
Poema deslumbrante que muito gostei de ler. Cumprimentos poéticos
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